Dançando na Chuva: A Noite em que o Povo do Palmares não Arredou

Ontem, vibrante no Sambódromo de Manaus, a paixão azul brilhou mais forte do que nunca. Era para ser apenas o Bar do Boi Caprichoso com o aguardado lançamento do álbum em Manaus. Mas a Amazônia, com toda sua força e imprevisibilidade, resolveu colocar seu tempero na história: caiu um daqueles torós de respeito, como só quem é da terra sabe descrever.

E foi aí que aconteceu algo mágico

Enquanto o céu desabava sem piedade, a galera do Palmares mostrou o que é amar um boi de verdade. Não teve guarda-chuva, não teve capa, não teve desculpa. A chuva podia até molhar, mas não esfriava a alma caprichosa que queimava no peito de cada um. E no meio do aguaceiro, eles dançaram, sorriram, brincaram de boi com a mesma alegria de quem sabe que ser caprichoso é carregar o Festival dentro do coração, faça sol ou faça chuva.

O chão encharcado virou pista de dança. A bandeira azul se ergueu contra o vento, e os olhos, ainda que meio embaçados pela água, brilhavam. Era impossível olhar aquela cena e não sentir o peito apertar de emoção: ali estava a essência de Parintins pulsando em Manaus.

Por motivos de segurança (e a gente entende, né?), o show de lançamento precisou ser cancelado naquele momento. A tempestade era bonita de se ver, mas não dava trégua. Só que pra quem é do boi, desistir não é opção.

O evento foi remarcado para hoje (27/04/2025), a partir das 17h, no mesmo local, e a certeza é de que a energia vai ser ainda maior.

Se ontem o amor resistiu à chuva, hoje ele vai transbordar ainda mais forte — debaixo do céu coberto de estrelas. Quem tem alma azul sabe: Caprichoso é fé, é festa, é resistência. E o Palmares, mais uma vez, mostrou que onde tem amor, nem o maior toró da Amazônia consegue apagar o brilho.

Nos vemos hoje, com o coração molhado de emoção, mas firme no compasso da toada. Viva o Boi Caprichoso!

Por Meire Sampaio e Hudson Sampaio